segunda-feira, janeiro 31

Tum tum!

Meu coração é tão discreto, que mal combina comigo. Mal ouço suas palpitações. Só sei que ele funciona porque estou aqui, Vivinha da Silva. A não ser é claro quando estou em perigo: seja porque avistei uma barata seja porque vi um grande amor. Aí meu coração escandaliza. Acelera tão forte que não tem como não saber que estou Vivona da Silva.

Mas no dia a dia, ele vai dando suas batidinhas imperceptíveis. O problema é que, numa aula de atividade física, a professora quer que a gente conte os batimentos cardíacos. Mostrei minha dificuldade. Ela me ensinou como e onde colocar o dedo no pescoço. E perguntou: Conseguiu? Inúmeras vezes. Até eu mentir que havia conseguido pra ela não pensar que eu havia morrido ou que sou mesmo idiota.

Eu estou lá, cumprindo com os exercícios, mas na hora da contagem eu entro em pânico. Um pânico interno. Ninguém percebe. E na hora de falar o número de batimentos eu não sei se eu inventei ou se eu ouvi mesmo aquilo. Está sempre abaixo da média do grupo. Às vezes eu adiciono por conta umas três unidades para não ficar tão chato.

Imagem: http://www.gartic.com.br/harry_potter/gallery/732686

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