quarta-feira, dezembro 20

Jogo rápido

(foto de Piraju, minha cidade do coração)

Hoje eu fiquei com pena da Renata Sorrah. Além de ter o filho seqüestrado e um marido banana, teve que agüentar as palavras de consolo da Regina Duarte e daquela chata da personagem da Deborah Evelyn. Credo! Ninguém merece essa vizinhança.

Eu bem que me esforcei pra sair hoje. Afastei todos os pensamentos que tentavam me convencer a ficar em casa, caprichei no visual, passei perfume, mas quando eu cheguei à garagem notei que estava chovendo... Peguei o elevador de volta, sem o menor constrangimento. Insistir em sair seria ir contra a natureza. Eba! Adoro ficar em casa quando está chovendo...

Piraju é uma linda cidade. Perfeita pra descansar. Em três dias, três livros: Os Jornalistas (Balzac), chato de ler; O Segredo de Joe Gould (de um jornalista americano, que conta a história de um mendigo de Nova York - muito bem escrito); e Canto dos Malditos (que deu origem ao filme Bicho de 7 Cabeças).

Quando assisti ao filme, eu tinha a sensação de estar levando um soco no estômago. O livro parece que foi escrito numa sentada só, como se o autor estivesse contando oralmente o inferno que viveu nos manicômios. Tudo bem que cada um carrega suas dores na vida, mas algumas pessoas passam por situações de sofrimento tão grande que fogem à nossa compreensão.

Em Piraju, nadei dois dias seguidos no rio Paranapanema. Gelado de arrepiar. É o rio da minha infância. Lindo ele. Quando eu estava na quinta série, houve uma tentativa de uma fábrica de celulose, a Braskraft, se instalar na cidade. Lembro que na escola tomamos conhecimento de que aquela fábrica iria poluir o rio. Houve uma grande mobilização na cidade para impedir a vinda da fábrica. Fizemos cartazes. Só sei que a Braskraft teve que procurar outro lugar. Será que foi nesse episódio que aprendi a me rebelar?

Amanhã volto pra Piraju e pro Paranapanema. Londrina, só em 2007.

domingo, dezembro 10

Dois fimes e um comercial

Assisti esta semana ao filme Os Infiltrados, de Scorsese. Como eu não gosto de filmes com gente que mata e morre o tempo todo, confesso que fiquei surpresa. O filme é ótimo, mesmo que em algumas cenas de violência eu tenha fechado meus olhos. É infinitamente melhor do que Gangues de Nova York, do mesmo Scorsese, e do qual eu não gostei.


Em Os Infiltrados, você vê polícia e bandidos usando os mesmos métodos nojentos pra chegar onde se quer chegar. Como na vida real. E se dá conta de que as instituições, de modo geral, sempre consideram suas causas melhores que as dos outros para justificar suas ações. Vale tudo quando se está do lado certo. O final é inesperado.


Jack Nicholson, quase setentão, continua lindo e charmoso, além obviamente de ser ótimo ator. E Leonardo diCaprio está muito bem. Esse menino me surpreendeu já em Prenda-me se for capaz. Conseguiu se dissociar da imagem de bom moço, com cara de anjo (argh!), que arrancou suspiros e gritinhos das mocinhas em Titanic.


Também conferi Crash – No Limite, que ganhou Oscar de melhor filme em 2006. Perdi no cinema, mas vi em DVD. Adorei. Sem ser piegas, mostra o quanto a intolerância está impregnada nas vidas de todos nós, brancos, negros, árabes. E o quanto nos afastamos de nossa humanidade por conta dos medos que temos do que nos é estranho, embora esse estranho seja um igual. São várias histórias contadas de tal forma que é difícil prever o desenrolar de cada uma.


Para concluir, a propaganda da Schincariol que mostra uma mulher que vai consultar um guru para saber como agir diante da traição do marido (aquela do colarinho sujo de batom) é uma das mais idiotas que já vi nos últimos tempos. Fico cá pensando que um publicitário tem que ser muito idiota para “bolar” uma propaganda como aquela. É um atentado à inteligência e ao bom senso de qualquer pessoa. Talvez seja pra combinar com a cerveja Schincariol, que também é um atentado ao bom gosto. Ainda bem que no cinema não tem propaganda no meio dos filmes...