sábado, novembro 20

Esta sou eu...

Mulher chefe de família é a que trabalha mais, em casa e no emprego, diz Ipea

Elas têm mais anos de estudo, se dividem entre o trabalho e os cuidados com a casa, ganham menos e trabalham mais. Este é o retrato das mulheres chefes de família traçado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), por meio do cruzamento de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) 2009, divulgados este ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o estudo, de 2001 a 2009 a proporção de famílias chefiadas por mulheres no Brasil subiu de aproximadamente 27% para 35% do total. São 21.933.180 o número de famílias que identificaram como principal responsável uma mulher no ano de 2009.

Este é o início de matéria publicada no UOL dia 11 de novembro da jornalista Rosanne D'Agostino.

Quando eu era criança via a minha mãe dona de casa, tendo que cozinhar para marido e sete filhos, e pensava que eu não queria esse destino. Por isso, eu sabia que iria trabalhar fora e não seria dona de casa... Trinta anos depois, eu trabalho fora e sou dona de casa!!

segunda-feira, novembro 15

Vivendo e aprendendo

Na infância
- Filho, não é leite conlensado. É leite condensado.
- Condensado?
- Isso.
- Mãe, não tem palavra que criança fala errado que é melhor do que a palavra verdadeira?
- ...

Na adolescência
- Filho, chegou o livro com a biografia do Kurt Corbain...
- Mãe, é Cobain!
- É???
- É.
- Mas você não acha que Kurt Corbain combina mais do que Cobain?
- ...

terça-feira, novembro 9

São Longuinho, São Longuinho...

De reza ela entendia. Formada numa família católica, conhecia muitos santos e sabia dirigir o pedido daquilo que queria para o santo específico. A vela de Santo Antônio não apagava nunca na esperança de encontrar um namorado e depois um bom marido.

Rezou todas as novenas que lhe caíram nas mãos e misturou com simpatias feitas religiosamente a cada 13 de junho. Botou a imagem do Santo de ponta-cabeça num copo com água, escreveu o nome de possíveis amados em papeizinhos, contou sete estrelas, amarrou uma fita azul no pé do Santo e até chegou a colar a foto dela e a de um namorado atrás da foto de Santo Antônio. E nada aconteceu. Até aconteceu, mas nada que durasse pra sempre.

Chegou a experimentar outro santo. Afinal, Santo Expedito não é o santo das causas perdidas?

Depois passou por uma fase zen e entendeu que a mente também é poderosa e, enquanto entoava um mantra, passou a mentalizar o amado, envolto em todas as cores existentes.

Na fase tecnológica, repassou todas as correntes que recebeu por email, sempre pensando na chegada de um grande amor. Também não deu certo, mas ela não perdeu a fé.

E eis que um belo dia veio uma inspiração. Como não havia pensado nisso antes? Achou até que a ideia poderia ser fruto de todas as suas rezas. Agora, ela já prometeu alguns pulinhos para São Longuinho se ele lhe der o amor perdido. Afinal, se tem santo com credibilidade é o São Longuinho. Ele já a ajudou a encontrar o boleto do aluguel, o título de eleitor e a chave do carro...

sexta-feira, novembro 5

A Bolsa Família dos americanos

Do site http://www.viomundo.com.br
42.389.619 de americanos dependem do Bolsa Família para comer

By Sara Murray, Wall Street Journal

Um grande número de domicílios americanos ainda depende da assistência do governo para comprar comida, no momento em que a recessão continua a castigar famílias.

O número dos que recebem o cupom de comida [food stamps, a versão americana do Bolsa Família] cresceu em agosto, as crianças tiveram acesso a milhões de almoços gratuitos e quase cinco milhões de mães de baixa renda pediram ajuda ao programa de nutrição governamental para mulheres e crianças.

Foram 42.389.619 os americanos que receberam food stamps em agosto, um aumento de 17% em relação a um ano atrás, de acordo com o Departamento de Agricultura, que acompanha as estatísticas. O número cresceu 58,5% desde agosto de 2007, antes do início da recessão.

Em números proporcionais, Washington DC [a capital dos Estados Unidos] tem o maior número de residentes recebendo food stamps: mais de um quinto, 21,1%, coletaram assistência em agosto. Washington foi seguida pelo Mississipi, onde 20,1% dos moradores receberam food stamps, e pelo Tennessee, onde 20% dos residentes buscaram ajuda do programa de nutrição.

Idaho teve o maior aumento no número de recipientes no ano passado. O número de pessoas que receberam food stamps no estado subiu 38,8%, mas o número absoluto ainda é pequeno. Apenas 211.883 residentes de Idaho coletaram os cupons em agosto.

O benefício nacional médio por pessoa foi de 133 dólares e 90 centavos em agosto. Por domicílio, foi de 287 dólares e 82 centavos.

Os cupons se tornaram um refúgio para os trabalhadores que perderam emprego, particularmente entre os estadunidenses que já exauriram os benefícios do seguro-desemprego. Filas nos supermercados à meia-noite do primeiro dia do mês demonstram que, em muitos casos, o benefício não está cobrindo a necessidade das famílias e elas correm antes da chegada do próximo cheque.

Mesmo durante as férias de verão as crianças retornaram às escolas para tirar proveito da merenda, onde ela estava disponível. Cerca de 195 milhões de almoços foram servidos em agosto e 58,9% deles foram de graça. Outros 8,4% foram a preço reduzido. Este número vai aumentar quando os dados do outono forem divulgados já que as crianças estarão de volta às escolas. Em setembro passado, por exemplo, mais de 590 milhões de almoços foram servidos, quase 64% de graça ou com preço reduzido.

Crianças cujas famílias tem renda igual ou até 130% acima da linha da pobreza — 28 mil e 665 dólares por ano para uma família de quatro pessoas — podem ter acesso a almoços gratuitos. As famílias que tem renda entre 130% a 185% acima da linha da pobreza — 40 mil e 793 dólares para uma família de quatro — podem receber refeições a preço reduzido, não mais que 40 centavos de dólar de desconto.

quinta-feira, novembro 4

Minha vó Maria

Agora que me dei conta de que minha avó Maria, mãe da minha mãe, teria feito 100 anos em 2010. Faz 12 que ela se foi. Tinha 88 anos. E os olhos azuis.

Desta avó, só tenho boas lembranças. Quando meu avô ainda era vivo, eles moravam num sítio, em São Manoel, interior de São Paulo. Nós íamos lá com freqüência. Quando meu avô morreu, eu tinha seis anos, mas me lembro muito bem do sítio.

Eu e a Luciana ficávamos lá sozinhas com os dois. Criança não tem muita noção do tempo, mas para mim eram muitos dias. De manhã meu avô tirava o leite da vaca que nós bebíamos nuns copos grandes de plástico. Ela criava galinhas. E nós íamos com meu avô de carroça até uma venda onde ele nos comprava doces. Uma vez, perguntei a minha avó se ela estava grávida. Ela riu e disse que sim, que estava grávida. Esse meu tio nunca nasceu!

Nos meus aniversários, ela sempre me presenteava com um vidro de doce de leite feito por ela. Daqueles de comer de colher. Era muito bom, tanto que nunca esqueci. E uma vez ela fez umas roupinhas de crochê que transformavam em bonequinhos os potes de yakult.

Depois que nasceu meu filho, ela sempre me perguntava: – Cadê os outros cinco? É porque eu dizia que queria ter seis filhos. Ela sabia que eles nunca viriam. Depois que minha avó se foi, minha mãe sempre falava que estava com saudades da mãe dela. E agora eu tenho saudades das duas.

quarta-feira, novembro 3

Do nordeste, do preconceito e da eleição

Matéria da Gazeta do Povo do dia 2 mostra que, mesmo que não fossem computados os votos do Norte e do Nordeste do País, Dilma venceria só com os votos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Os votos do Norte e Nordeste consolidaram a ampla vantagem de 12 milhões de votos que Dilma teve sobre Serra, segundo a matéria de Heliberton Cesca. Mas, os votos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste dariam a vitória à petista que teve nessas regiões 50,21% contra 49,79%.

A democracia e a comunicação

O axioma tolo da Segunda-feira
(do blog http://punkjazz.tv/bologs/, de Mauro Dahmer)

Segundo Luiz Felipe Pondé publicou na FolhaSP desta Segunda-feira, a Democracia é uma palavra desgastada por TODO MUNDO e como TODO MUNDO é tolo, é um crime democratizar a mídia…Puff! Pondé não só é livre para dizer o que pensa quanto para não entender, não ler ou não comentar, que a vida e as opiniões numa república são menos maniqueístas e mais diversas que as guerras pessoais que cada um escolhe… Vale dizer que essa paranóia sobre uma possível ameaça à liberdade de imprensa é só paranóia. Tem gente querendo botar a mão na cumbuca mas isso é coisa da democracia. De resto, não há a mínima ameaça à liberdade de imprensa no Brasil. Existem sim leis ultrapassadas e concentração de players que provocam um anacronismo que ameaça o direito à informação mas sobre a opinião todo mundo é livre! Fica a impressão de que o autor escreve para agradar o dono da empresa em que trabalha…