tag:blogger.com,1999:blog-328594722024-03-07T04:46:37.657-03:00idéias & letrascarina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.comBlogger232125tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-73936938625999263912017-04-20T05:20:00.004-03:002017-04-20T05:46:19.887-03:00O rio,as cartas e o meu pai<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgskr7ETLpLhG4P7ofFBWrSvovuaCznkIZyNSzfjdx205MjS5fOTS22tHehn8Vm9t8LvTE23T4hRs0uWsdiKf33L1-UtioqRC3UaOyq8yYHC2s5GI4pE0EIVpXAfXA8DxM55ed7/s1600/primeiro+de+maio+%252874%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgskr7ETLpLhG4P7ofFBWrSvovuaCznkIZyNSzfjdx205MjS5fOTS22tHehn8Vm9t8LvTE23T4hRs0uWsdiKf33L1-UtioqRC3UaOyq8yYHC2s5GI4pE0EIVpXAfXA8DxM55ed7/s320/primeiro+de+maio+%252874%2529.JPG" width="240" /></a></div>
Em Piraju, sonhei que fui dar um mergulho no Rio
Paranapanema. Eu queria me exibir um pouco. Na verdade, queria exibir era a
exuberância do rio. Era um ponto raso. Estava de olhos abertos. Quando chego ao
fundo, vejo o solo. Era tudo cinza. Mas achei tão lindo que fico surpresa e
aspiro a água. Imediatamente me dou conta de que estou sem ar e começo a subir.
Mas meus movimentos se tornam lentos. Não sei se vai dar tempo. Penso que as
pessoas que estão fora não vão perceber o meu desespero porque afinal acabei de
entrar na água. Acordo com o meu suspiro fundo numa tentativa de respirar. Não
sei o que aconteceu comigo no sonho. Fico impressionada. Vou ao google. Vejo
que o maior número de afogamentos se dá em rio e não no mar. É domingo de
Páscoa. Conto meu sonho para o meu irmão. Ele fala que o problema já está
resolvido, afinal, eu acordei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
***</div>
<div class="MsoNormal">
Jogo Paciência Spider com quatro naipes. Quando as primeiras
cartas são muito ruins e eu resolvo ir em frente, muitas vezes vou encontrando
caminhos que quase consigo “ganhar” o jogo. Mas se esgotam as possibilidades e
resolvo jogar novamente. E aí já não encontro mais as mesmas saídas. Penso sempre
que na primeira vez fico mais atenta e esperta. Na segunda, me torno displicente
porque sei que existem possibilidades. Mas elas só existiram antes porque eu
estava atenta e cuidadosa. Agora, fica um jogo chocho. Daí eu penso se na vida
a gente não faz isso também. Às vezes as cartas estão ruins mas a gente dá um
jeito e descobre detalhes pelo caminho que são tão interessantes que já valeu a
pena percorrê-lo, mesmo que no final sobrem cartas que não se encaixam. E não
adianta mudar as jogadas porque as cartas foram dispostas de tal forma que
realmente não há saída. Ou você se diverte tentando fazer da melhor maneira. Ou
recomece outra partida.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
***</div>
<div class="MsoNormal">
E hoje faz um ano que meu pai morreu. Toda vez que faço palavras
cruzadas me lembro dele. Ele sempre assinou o Estadão. Nos últimos anos, passou
a assinar o Jornal de Bauru. E ele sempre fez as palavras cruzadas. Quando
surgiu o Sudoku, ele começou a fazer, mas acho que não achava tão interessante.
Às vezes, em Piraju, ele pedia para eu ajuda-lo. E queria que eu explicasse o
meu raciocínio. Quando a gente era criança e ia jogar trilha com ele, ele não admitia que a gente fizesse um
movimento em que não houvesse lógica. Aquilo me cansava um pouco porque nem
sempre eu sabia porque tinha movido a peça. De qualquer forma, ele me confessou
que às vezes olhava as respostas do Sudoku que estavam ali no jornal. E dava a
seguinte explicação: o Estadão só publicava o resultado das palavras cruzadas
na edição seguinte. Mas no Sudoku as respostas estavam na mesma edição, ou
seja, o jornal autorizava que você colasse as respostas. Eu sempre ria. Meu pai
era engraçado.<o:p></o:p></div>
carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-3231868625974963862017-03-13T11:23:00.000-03:002017-03-13T11:23:39.562-03:00Vida marvada<div class="MsoNormal">
Não sei. A gente chega numa idade em que ouvir música pode
nos remeter a 20, 30 anos atrás e vem à memória lembranças tão fortes de como
você vivia, o que pensava, seus sonhos, que até dói na alma. Ontem vi aquele
vídeo em que um cara responde as perguntas feitas por ele mesmo quando tinha 18
anos. Filho de cineasta, ele e o pai filmaram perguntas para serem respondidas
quando estivesse mais velho. E ele topou o desafio aos 56 anos – 38 anos mais
tarde. O vídeo tem apenas alguns trechos, em inglês (o que dificulta bastante a
minha compreensão), mas dá pra sentir que a parada não vai ser fácil. Tem
momentos em que ele chega a se irritar com a ingenuidade das perguntas e com o
que pensava aos 18. A gente não sabe nada da vida. Não sabe o que vai vir pela
frente. A gente se firma em alguns princípios e valores e vai em busca de
sobrevivência e de fazer alguma diferença no mundo. Mas, como diz Lulu Santos,
a vida vem em ondas. E muitas vezes você calcula mal, leva um caldo, se rala na
areia, tenta segurar o biquíni e ainda manter a pose. E segurar o choro. Às vezes é só você e você –
e o marzão, claro, sempre a te derrubar! Mesmo assim, segue em frente. Já me
peguei pensando – quando vejo gente estropiada – que se fosse eu iria preferir
a morte. Mas não. A gente sempre prefere a vida. Seja lá como for. Seja com
qual música estiver tocando, a gente segue tentando.<o:p></o:p></div>
carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-30065534402951178962017-02-27T06:57:00.002-03:002017-02-27T06:57:31.535-03:00Laura vai à praia<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw_z2EBTw_LDtRe2X4UoReP6fJJ-pY_dn32drvBkMuamdXGO7YHt9843DjhbJuoYukRovtVpB17DG64s_GSAzohM2blbrDkM5w_Mbdco03a_MIqxBH47dVO5v0m6Grb2xTEBqy/s1600/laura.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw_z2EBTw_LDtRe2X4UoReP6fJJ-pY_dn32drvBkMuamdXGO7YHt9843DjhbJuoYukRovtVpB17DG64s_GSAzohM2blbrDkM5w_Mbdco03a_MIqxBH47dVO5v0m6Grb2xTEBqy/s400/laura.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em>Imagem: BOL (não consegui identificar o autor)</em></td></tr>
</tbody></table>
<div style="border-image: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Da areia, observo a família que passa. À frente,
dois homens carregam cadeiras, guarda-sol e outros apetrechos. Logo atrás, a
menina de chapeuzinho rosa, com seus 3 ou 4 anos. Em seguida, as mulheres, mais
um homem. A avó também está junto. A menina tenta alcançar os homens à frente.
Com seus passinhos miúdos, não consegue. Solta algumas frases. Ninguém lhe dá
ouvidos. Mal os homens baixam o acampamento, ela deixa o chinelinho e corre em
direção ao mar, recuando um pouco da linha de concentração familiar. Embora
ninguém lhe desse ouvidos, estão todos atentos e começam a chamar: Laura,
Laura! Agora, é ela quem não lhes dá pelota! Pisa na areia molhada e pára. Me
pergunto por que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>escolhera este ponto
mais afastado da família? A resposta está logo ali, a três metros de Laura:
duas menininhas deitadas, de bruços, na beirinha do mar, vendo o movimento das
ondas, que chegam mansinhas até elas. Laura faz de tudo pra ser vista. Quando o
mar recua, ela avança para depois fugir correndo com movimentos graciosos. Ao
longe, a família continua chamando Laura, que agora está concentrada em fazer
novas amizades. Ali não há perigo. Até eu estou cuidando de Laura. Finalmente,
as meninas a veem. Fico pensando se vão ignorá-la. Mas, não, crianças não
ignoram crianças. Laura chega mais perto. Para se tornar uma delas, tira o
chapéu. Num descuido, ela o molha no mar. Começam a brincar juntas. Logo,
aparece o pai: Laura! Será um estraga-prazeres? Não, só quer o chapéu. Devagar, ele
se distancia, torcendo aquele paninho rosa. As meninas se deitam, e Laura está
bem no meio das duas. Pronto. Juntas, olham o mar, segurando o rosto com as
mãozinhas. São as três melhores amigas. </span></div>
<div style="border-image: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-size: x-small;"><em><br /></em></span></span></div>
carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-30227379612813398922017-01-22T23:54:00.001-02:002017-01-22T23:58:50.532-02:00O consumo e o desapego<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Sou uma moça bastante controlada no quesito “consumo”. Gosto
do conceito “viver com menos, ter apenas o essencial”, mas no dia a dia não é
assim tão fácil praticar esta ideia. Embora o dinheiro seja um limite concreto,
muitas vezes é possível enlouquecer com roupitchas e sapatos que cabem no orçamento
e, no entanto, não são assim tão necessários. Quando resisto a uma compra que
seria supérflua, gosto da sensação de não ter sucumbido ao desejo. Mas tem uma
coisa que me livra da culpa: os livros. É como se o fato de ser jornalista
fosse um salvo-conduto para comprar livros ao meu bel prazer, afinal, se o meu
ofício é escrever, posso comprar quantos livros quiser e puder. E a internet é
uma grande livraria com entrega rápida. Chegar do trabalho e encontrar na porta
uma caixa com livros é bom demais! Todo fim de ano eu costumo tirar todos os
livros da estante para limpar um por um, separar os que serão doados e os que serão
vendidos em sebo e organizar espaço para os novos. No entanto, desta vez, foram
dois anos sem fazer isso e agora percebi que preciso rever minha
posição de “livros sem-limites”. Já levei uma mala de livros de comunicação,
jornalismo e reportagem para a biblioteca da UEL. Separei alguns para o filho
de uma amiga que está estudando Ciências Sociais, para alguns amigos, e duas
caixas enormes que vão para o sebo. É muita coisa. E restaram ainda muitos – a maioria
eu nem li! É muito livro bom sem nem ter sido sequer folheado. Ou seja, em
2017, não vou comprar nenhum. E estou contente com esta decisão. Também me
desfiz de muito papel com artigos e textos acadêmicos. Até fotografias entraram
na dança. Estou me desfazendo daquelas desfocadas, feias, que não dizem nada.
Estou tendo muito trabalho, mas parece que só depois disto é que meu ano vai
começar de fato. E viva o desapego! <o:p></o:p></span></div>
carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-38634564481147887242017-01-16T00:01:00.002-02:002017-01-16T00:01:23.621-02:00À cor da pele<div class="MsoNormal">
As cores me comovem. Posso passar um bom tempo diante de uma
tela admirando as cores, observando as pinceladas e aquela abundância de
pigmentos. Não precisa ter uma forma definida. Nenhuma figura. Apenas cor. Não
sei por qual canal se processa a minha relação com elas. Assim como uma música
pode me imobilizar, tornando-me apenas respiração e sensação, as cores também
têm este poder. Me causam maravilhamento.Uma paleta aparentemente tem um número
limitado de cores, mas eu sei que elas são infinitas, que entre uma e outra há
muitos tons e variações. Elas são indóceis. Talvez nunca se repitam nas mãos de
um artista que se deleita em misturá-las e criar novas tonalidades. Quando
aprendi sobre Yves Klein, um pintor francês, que criou um azul singular, hoje
nomeado de Azul Klein, fiquei pensando como poderia ser isso, existir um azul
tão singular. Logo em seguida, pude ver esta tela em exposição na Pinacoteca e
fiquei em êxtase. Fiquei ali parada querendo penetrar naquela azul tão especial.
Ora, mas não é apenas uma cor azul? Pois então, as cores são assim. Podem me
tocar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Em dezembro, no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, vi pela primeira vez as obras do artista Gonçalo
Ivo, na exposição A Pele da Pintura (em exposição até 27 de fevereiro). Telas
grandes, com cores tão lindas que me hipnotizaram. Não queria sair dali. Embora
a curadoria apresente as obras “como uma superfície, que se confunde com uma
pele rugosa, flácida, frágil ou reluzente”, a mim, a pintura que vejo ali não
me remete a textura, mas toca a minha pele. Mais adiante leio no material de
apresentação que Gonçalo Ivo transmite vida a uma condição imaterial. “Não lhe
interessa a cor pela cor, mas a cor como coisa, como algo vivo pulsante,
corpóreo”. É isso! Depois, leio ainda que ele é filho do escritor e poeta Lêdo
Ivo. Caramba!<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ1TuDWifdZvCbRgwUI2qNA8T55FIm9kKqX1ZvmfSflBwLSfYe_cxbC2OUwoeMkC6mdot7-4_vIGNV2UiQp8CfmItPvRsSHbwfOClGHnYR3EU1B2l5VM4G061tPTGeLKwhPPuU/s1600/gon%25C3%25A7alo+ivo+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ1TuDWifdZvCbRgwUI2qNA8T55FIm9kKqX1ZvmfSflBwLSfYe_cxbC2OUwoeMkC6mdot7-4_vIGNV2UiQp8CfmItPvRsSHbwfOClGHnYR3EU1B2l5VM4G061tPTGeLKwhPPuU/s320/gon%25C3%25A7alo+ivo+3.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX-oAoebLG7gRRDtBDiXnTTlDOgVUQongX0a05I1BPIEWSeI8sozZoHM90DC7T5EI1UDr3ef0ZFsZjN6t5seu4F_mci-7Kii7ysOwuAobXAULnL3Ck8VFDJhR3MMrjZaVT00hyphenhyphen/s1600/gon%25C3%25A7alo+ivo+9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX-oAoebLG7gRRDtBDiXnTTlDOgVUQongX0a05I1BPIEWSeI8sozZoHM90DC7T5EI1UDr3ef0ZFsZjN6t5seu4F_mci-7Kii7ysOwuAobXAULnL3Ck8VFDJhR3MMrjZaVT00hyphenhyphen/s320/gon%25C3%25A7alo+ivo+9.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3vm-b-i8Cj-uRp7t2FTFezahVOtuDO5hJFJWk_UJULd7izs4lIcL2mVkUTcrBooKuGWQ2IA4FZG958WttHkKaaxj85c0PEenQVo4jH5o9HdycSve32R26LB1S5vZaQEwQKUFn/s1600/gon%25C3%25A7alo+ivo+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3vm-b-i8Cj-uRp7t2FTFezahVOtuDO5hJFJWk_UJULd7izs4lIcL2mVkUTcrBooKuGWQ2IA4FZG958WttHkKaaxj85c0PEenQVo4jH5o9HdycSve32R26LB1S5vZaQEwQKUFn/s320/gon%25C3%25A7alo+ivo+1.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtNPsAJ36AM-D2JG7fyNY8tI1UNqWq-y_8iZU1Oy0CODALYkbaBAdbElkMqKuQKs9GovpV2yRs2a3U9f0JbjJOR_ttXC5YcNoS8J4gjGuhXCUOrC8W7oCt2ap1FgtY8WrHUHZu/s1600/gon%25C3%25A7alo+ivo+18.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtNPsAJ36AM-D2JG7fyNY8tI1UNqWq-y_8iZU1Oy0CODALYkbaBAdbElkMqKuQKs9GovpV2yRs2a3U9f0JbjJOR_ttXC5YcNoS8J4gjGuhXCUOrC8W7oCt2ap1FgtY8WrHUHZu/s320/gon%25C3%25A7alo+ivo+18.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBNRubJjKFBDpxWNx1AQ1GAyikdKls_2aHFsLY7LMswmenemlvxJ5ee5MV_aFq8IeUuxIfjG1-5oPiD7dJ37Nrs3Zun7g7C-geoJwDN_EiF8RSRROgks2lSLKrkkVTfUUUD8ig/s1600/gon%25C3%25A7alo+ivo+19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBNRubJjKFBDpxWNx1AQ1GAyikdKls_2aHFsLY7LMswmenemlvxJ5ee5MV_aFq8IeUuxIfjG1-5oPiD7dJ37Nrs3Zun7g7C-geoJwDN_EiF8RSRROgks2lSLKrkkVTfUUUD8ig/s320/gon%25C3%25A7alo+ivo+19.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip1eAhYnIoAA-uWIP-0fVhyphenhyphenNbggEYnodkxY1-_D6PshzkAGF-jlJoUAJVhcSdo0HBypKY2dRwU8GhwckynLqt25R4KdMhf3aOhwOpFKg-h7KAEkxalynFRdN3MM-4tZyXBVbVh/s1600/gon%25C3%25A7alo+ivo+17.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip1eAhYnIoAA-uWIP-0fVhyphenhyphenNbggEYnodkxY1-_D6PshzkAGF-jlJoUAJVhcSdo0HBypKY2dRwU8GhwckynLqt25R4KdMhf3aOhwOpFKg-h7KAEkxalynFRdN3MM-4tZyXBVbVh/s320/gon%25C3%25A7alo+ivo+17.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfj6MSVHyrenc21ufVNvREo0Wfv0SdnWOBuVLFOAVOp4ciZ4qmE0BSj9MLnT3zWE_zXUFTLEFm3Q14EakGa_vd_D5_OLiignq23CXuU6GNdAPKxbkzpmItlytMP-QmGQDx7EhE/s1600/gon%25C3%25A7alo+ivo+13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfj6MSVHyrenc21ufVNvREo0Wfv0SdnWOBuVLFOAVOp4ciZ4qmE0BSj9MLnT3zWE_zXUFTLEFm3Q14EakGa_vd_D5_OLiignq23CXuU6GNdAPKxbkzpmItlytMP-QmGQDx7EhE/s320/gon%25C3%25A7alo+ivo+13.jpg" width="320" /></a></div>
carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-55655866808782802002017-01-08T22:37:00.001-02:002017-01-08T22:37:05.205-02:00O último Natal<div class="MsoNormal">
Este foi o primeiro Natal sem meu pai. A casa em Piraju foi
enchendo aos poucos durante a semana anterior. Em vários momentos, eu ficava
com a sensação de que meu pai estava lá, em algum cômodo, como nos natais
anteriores. Me fez lembrar da sensação que tive na saída do cemitério, após o
sepultamento da minha mãe. No trajeto
até a saída, meu pensamento percorria o entorno e me vinha a ideia de que
estávamos esquecendo alguém. Na contagem inconsciente que meu cérebro fazia,
faltava minha mãe. E eu teria que me acostumar que não seríamos mais completos.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Agora, faltou meu pai. No Natal de 2015, fui para Piraju
apenas no dia 24. Na entrada da cidade, no semáforo antes da ponte sobre o Rio
Paranapanema, o freio não funcionou e bati no carro da frente. Não foi nada
grave, mas fiquei assustada. Quando entrei em casa, estavam meus irmãos,
cunhados e meu pai. Contei o que tinha acontecido. Meu irmão disse que levaria
meu carro à oficina. Meu pai me deu uma dica: quando o freio não funcionar, dê
várias freadinhas rápidas... <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Meu carro voltou da oficina no sábado à tarde e, de fato,
havia um problema no freio, que agora estava resolvido. Eu voltaria a Londrina
no domingo à tarde. De manhã, comentei com meu pai que me sentia um pouco
insegura com o freio do carro. Ele perguntou: Quer que eu vá com você dar uma
volta? E fomos. Andamos por várias ruas. Subi para a Estação, o bairro que é a
minha entrada de Piraju. Mostrei o local onde o freio havia falhado.
Conversamos coisas banais. Foi a única vez que dirigi para o meu pai. E foi o
último dia em que o vi fora do hospital. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No domingo de Páscoa, depois de complicações de uma
cirurgia, o visitei na UTI. Ele estava sedado. Eu, com 50, ele com 81. Foi a
primeira vez que pude fazer carinho no seu rosto e no seu cabelo. Ainda pensei:
Acho que ele só está deixando porque está sedado...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sábado, 9 de abril. Peguei um ônibus de Londrina rumo a Jaú,
onde ele estava hospitalizado. Minha irmã e eu entramos na UTI no horário da
visita da tarde. Meu pai estava consciente, mas com traqueostomia. Não podia
falar. Também não conseguia escrever de forma legível. À noite, na casa da
minha irmã, em Lençóis Paulista, cidade onde também morava meu pai, fizemos um
cartaz com as letras do alfabeto, os números e algumas palavras.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Domingo. 10 de abril. Fomos à visita da noite. Eu pegaria
ônibus de volta às 22 horas. Ele estava bem. Conseguiu se comunicar melhor com
o cartaz. Reclamou que os enfermeiros eram muito rígidos. Conversou com minha
irmã sobre uma viagem ao México. Eu disse que queria ir junto. Ele brincou,
olhou pra minha irmã como quem diz: Será que a gente leva? Quis saber o horário
do meu ônibus, que horas eu chegaria em Londrina. Quando deu a hora, me
despedi. E pude ler nos seus lábios: Boa viagem! Fui embora com o coração
partido, mas com alguma esperança de que ele conseguiria se recuperar. Foi o
nosso último encontro! Dez dias depois ele se foi.<o:p></o:p></div>
<br />
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carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-38915984229790810582013-02-06T16:57:00.004-02:002013-02-27T16:15:13.037-03:00Declaração de amorMorar no centro tem sua graça. Como a de assistir de camarote aqueles carros de som com uma mensagem de amor, em alto e bom som, da Amanda para o Rafael, que ficou ali plantado na calçada, ouvindo tudo. Formou-se um meio círculo de pessoas desconhecidas que passavam e ficaram curiosas pra saber que mensagem era aquela. Com fundo musical romântico, as palaras eram lidas pela moça do carro de som. A mensagem era reconciliadora. Publicamente, Amanda pedia que Rafael voltasse pra ela. Sem ele, ela dizia que a vida não tinha sentido. No final, os dois se abraçaram. Sem óculos e do sexto andar, me pareceu um abraço meio protocolar. O público ao redor - e acima - bateu palma. Não sei se o Rafael vai ou não voltar para a Amanda. Mas ele nunca vai poder dizer que ela não tentou. carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-12477590641791440072012-11-09T16:01:00.002-02:002012-11-09T16:02:15.636-02:00Leitura dinâmicaO rapaz me liga oferecendo um curso de leitura dinâmica. Pergunta se gosto de ler. Eu gosto. Pergunta se eu gostaria de ter um rendimento melhor na minha leitura – e dá um exemplo do qual já não me lembro (mas fala sobre ler um certo número de páginas em um certo período de tempo). Fico admirada da rapidez. Ele então quer marcar 20 minutos pra fazer um diagnóstico de minha forma de ler para, então, oferecer o tal curso. Eu digo que não quero. Ele muda o tom. De simpático, passa a ser ríspido. E diz: “Bem, eu estou oferecendo um diagnóstico DE GRAÇA, mas se você não tem 20 MINUTOS para isso, então fica difícil”. Eu agradeço e terminamos a conversa. Sinceramente, não quero melhorar minha produtividade na leitura. Caramba! A leitura é uma coisas que faço com muito prazer – e o cara quer otimizar meu tempo na leitura. Ah, me deixe em paz! Eu queria ter mais tempo para ler, mas não ler mais rápido. Era o que faltava agora: querem tecnologizar a leitura. carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-72729631599684630082012-08-29T11:30:00.002-03:002012-08-29T11:30:46.094-03:00Sortes e azares!Nós não temos nenhum controle sobre as forças da natureza nem domínio total sobre nossa vida e as vidas alheias. Mesmo assim a gente pensa, “torce”, para que aconteçam algumas coisas e para evitar outras em nossas vidas. Meu filho, por exemplo, não gosta de me ver por perto quando o Palmeiras está jogando porque fala que sou “pé frio”. Já fui culpada por derrotas e gols sofridos pelo Verdão, que também é meu time. Dou risada e falo: Quem me dera ter tanto poder a ponto de influenciar o resultado de um jogo. <br /><br />Lembro de uma Copa do Mundo em que o Brasil estava decidindo um jogo nos pênaltis e eu estava na redação da Folha de Londrina. Na hora de os nossos jogadores baterem o pênalti, algumas pessoas evangélicas começavam: “Oh, Senhor, ajudai esse jogador. Amém, Senhor. Aleluia, Senhor!” Isso me irritava e eu provocava: E se houver, neste momento, várias pessoas rezando o contrário: “Oh, Senhor, abençoa o goleiro e faz com que ele defenda essa pênalti”. Quem é que Deus vai atender?<br /><br />Quando eu trabalhava em Santo Antônio da Platina, na sucursal da TV Cidade, eu não gostava nada nadinha de cobrir futebol. Uma vez, deve ter sido em 1989, a abertura do Campeonato Paranaense ia ser em Santo Antônio com um jogo entre o Platinense e algum time da capital. Eu não tinha escolha. Tinha que estar lá no estádio, à noite, e trabalhar. Eu estava meio inconformada com isso e, desde cedo, ficava pensando: O que poderia acontecer para que o tal jogo não acontecesse? Durante o dia, em vários momentos, eu pensava: Ah, o que poderia acontecer, hein?<br /><br />Então, estádio cheio e iluminado, teve início a partida. E eu lá, contrariada. Lá pelas tantas, bum, houve uma queda de energia elétrica no estádio e o jogo foi paralisado. Eu, internamente, sorri. Alguns minutos depois, a luz voltou e recomeçou o jogo. Mas durou pouco. Novamente a luz caiu e foram mais de 30 minutos no escuro até os organizadores decidirem cancelar a partida, para minha felicidade.<br /><br />Lembrei dessas histórias porque já começo a me sentir culpada pelo veranico que está fazendo neste Inverno. Eu adoro o calor e detesto o frio. Então, fico extremamente feliz com este Inverno que marca temperaturas entre os 20 e 30 graus. Fico toda feliz. E eu não me importo com o tempo seco. É o clima de Brasília, que sempre me agradou. Tô começando a achar que meu filho tem razão (rs!)...<br />carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-46129492324242401112012-06-28T13:35:00.000-03:002012-06-28T13:44:04.722-03:00Sobre o Pacificosobre o Pacifico, meu coração está em paz!<br />
o menino dorme ao meu lado<br />
o navio desliza<br />
pela janela vejo as águas geladas <br />
em movimentos suaves<br />
o Sol vem ao meu encontro<br />
ilumina meu rosto<br />
e faz brilhar as águas pacificas<br />
as ilhas se aproximam<br />
e depois seguem, cada vez menores<br />
O mosquito está do lado errado<br />
desprotegido<br />
Eu protejo o meu coração<br />
quando vejo o menino ao lado<br />
O Sol só vem confirmar<br />
que está tudo em pazcarina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-72480486085389852342012-06-17T10:15:00.002-03:002012-06-17T10:23:33.637-03:00A nobreza dos jumentos<br />
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Tenho dificuldade de me livrar de jornais não lidos. Talvez
por ser jornalista, parece que não quero perder nenhuma notícia publicada. Ou será
que é uma tentativa de valorizar o tempo perdido por algum colega repórter que
se debruçou naquelas linhas? De qualquer forma, tenho por hábito ler jornal
vencido. Como isso não se configura em transtorno obsessivo compulsivo, consigo
perceber de quando em quando que não darei conta daquela pilha que só cresce e
todos vão para o lixo de uma vez só. Mas ao meu lado sempre sobra um ou outro
para eu ao menos passar os olhos antes de irem para as mãos dos recicladores. </div>
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<br /></div>
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Quando me deparo com algum artigo ou reportagem primorosa
fico feliz por não ter me desfeito daquele papel velho. Hoje, peguei em mãos o
Estadão de domingo passado (10 de junho) e me detive no título “Ao jegue, com
carinho”, do jornalista francês Gilles Lapouge. E ele fala sobre os jumentos.
De uma maneira tão bela e carinhosa que passei a amar os jumentos, tão
desprezados pela humanidade. </div>
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<br /></div>
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“Está na hora de lembrar dos jumentos” – começa ele,
exaltando a boniteza, força e resignação desses animais que servem só pra
servir os homens. “O jumento não é só corajoso e útil: também tem caráter. Apesar
de sua cortesia e indulgência com relação às loucuras e vilanias dos homens,
jamais transige em questão de princípios”. </div>
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<br /></div>
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Em tempos de extrema valorização da esperteza, talvez o
jumento tenha mesmo algo a nos ensinar. “O jumento sabe de tudo. Ele não trota
nas mesmas paisagens que nós. Apenas aparenta compartilhar nossos caminhos,
quando na realidade está em outro lugar, vem de outro lugar, vai para outro
lugar. Ele atravessa educadamente nossa geografia sem fazer ruído para não nos
perturbar, mas na verdade não caminha no mesmo passo que nós. Somente os poetas
compreenderam a nobreza do jumento”. </div>
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<br /></div>
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Em outro trecho escreve que, com o passar dos milênios, o jumento
começa a entender que as coisas não vão muito bem para ele, mas não se revolta.
“Sua tática é sutil. O cérebro humano não a alcança. O jumento é submisso e
glorioso ao mesmo tempo, resignado e irredutível, escravo e soberano, vencido e
vencedor. (...) Encontrou obstáculos e os contornou. Ele se salvou do tempo. Sobre
seus belos cascos, trota nas pradarias onde as horas não soam.</div>
<div class="MsoNormal">
Se os espancamos, ele nos olha com um olhar incrédulo e
belo. Não fica com raiva. Tem pena de nós. Não nos culpa, só nos observa. Ele
gostaria de nos ajudar a ser menos vingativos. E nos consola de nossas
maldades. ‘Não se preocupe’, parece dizer, arreganhando os beiços, ‘não é sua culpa.
Você é assim, mas isso vai passar. É um mau momento, uma má eternidade. Depois,
você vai ver, tudo será melhor’.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nossa, fiquei comovida ao ser consolada por um jumento!</div>
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Texto do Gilles Lapouge: </div>
<div class="MsoNormal">
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,ao-jegue-com-carinho,884541,0.htm</div>carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-19762167330845244912012-06-13T15:52:00.002-03:002012-06-13T15:52:26.912-03:00Escuridão<link href="file:///D:/Temp/msoclip1/01/clip_filelist.xml" rel="File-List"></link><!--[if gte mso 9]><xml>
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No escuro, vem o silêncio. E a desesperança. A noite é
longa, a escuridão realça a dor. No silêncio, dá pra ouvir com nitidez sua
própria voz contando a sua história, revelando aquilo que você não queria
saber. É melhor afastar a ideia de acender a luz porque agora nada vai iluminar
seu caminho. Guarde sua energia porque a noite será longa. Você já passou por
noites escuras assim, já sentiu dores semelhantes. O único alento é lembrar que
sempre amanhece. Mesmo que esta noite dure várias noites, logo amanhece...</div>carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-55319972055579210862012-05-24T09:42:00.000-03:002012-05-25T08:46:15.169-03:00Amor caninoDe repente dei de gostar de cachorro. Logo eu, que sempre tive medo de qualquer ser quadrúpede. Eu até gostava, mas bem de longe. Tinha mais medo do que apreço. Então o melhor mesmo era manter distância. Vai que vem me morder. Mesmo de brincadeira. Não gosto das mordidas caninas de brincadeira. Até porque nunca se sabe se os cães sabem a medida da brincadeira. Às vezes pra eles é só uma mordidinha de leve e pra gente é de arrancar o dedo. Sei não. Melhor não arriscar. Primeiro foi a Pink. Ela tem uns 30 cm de comprimento com uns 15 cm de altura da cabeça. Não sei como se mede um cachorro. Mas vamos dizer que ela é bem pequena e bem mansinha. Ela nunca veio com essa história de morder de brincadeira. Aliás, acho que ela nunca deve ter mordido nada. Não. Ela morde, sim. Os brinquedinhos dela. Eu até brinco de vez em quando de jogar os brinquedinhos. Ela sai em disparada, toda feliz. Cachorro fica feliz à toa. Ela também tenta subir no meu colo. Dá até aquela choradinha pedindo colo. Mas entre gostar dela e deixar que venha ao meu colo tem uma distância grande. Eu até já deixei. Mas eu mais não deixo do que deixo. Já a Nina tem uns dentes salientes que passam a ideia de brabeza. Ela já sabe que de mim o máximo que arranca é um carinho com o pé. Ela se aproxima e fica de barriga pra cima, esperando o carinho. Fico até com pena e penso no tamanho da carência a ponto de se contentar com carinho feito com o pé. É tudo o que eu tenho pra ela. Não, eu também jogo uns pedaços de carne de vez em quando, quebrando o regime feito de ração. Nas últimas semanas, entrou mais um cachorro em minha vida. Um filhote de labrador que mora perto do meu trabalho. Quando estaciono o carro perto da casa e ele está por ali coloco a mão entre as grades do portão e afago o bicho. Incrível. Ele fica todo feliz e me lambe. E late forte quando eu vou embora. Agora, recebi a notícia de que a Xuxu, que mora junto com a Pink e a Nina, está doente. Faz meses que ela está cega e anda perdida pela casa. Agora veio o diagnóstico de câncer. Nós duas sempre mantivemos uma relação cordial de ignorância mútua. Eu a ignoro, ela me ignora. E nos damos bem assim. Mas fiquei com pena. Ela sofre e nem sabe por que sofre. Me deu uma pena imensa. E desejei que tenha uma boa morte logo. E pensei que é estranho pensar no espaço que os cachorros ocupam na vida das pessoas. Mesmo na minha, que nunca lhes dei muito espaço.carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-86597629164786418922012-05-16T11:51:00.002-03:002012-05-16T11:53:31.195-03:00O buracoUm carro bateu num buraco e capotou. Estava escrito no jornal. Aí fiquei pensando: como assim que o carro bate num buraco? Fui até conferir a definição de buraco: furo, orifício, pequena abertura, cavidade, cova, lacuna, falta. Como é possível bater em algo que falta? O carro deve ter caído no buraco. Ah, a não ser que o cara estivesse dirigindo enquanto jogava cartas, comprou o coringa que faltava, bateu no jogo (no buraco) e enquanto comemorava distraiu-se e capotou o carro. O repórter com certeza confundiu os buracos. Outro dia, num jogo de buraco, minha irmã, que é enfermeira, também se confundiu, comprou um coringa e soltou: – Hum! Seringa! Nós rimos. E agora ela não acredita que cometeu este ato falho. Eu e meus irmãos, que somos jogadores de buraco quase profissionais, já adotamos a seringa como sinônimo de coringa. Fora o jogo, o buraco não é sinônimo de coisa boa. Serve para cairmos dentro ou para lembrarmos daquilo ou de quem falta. Mas, tem dias, dependendo de como nos sentimos, em que tudo o que queríamos era encontrar um buraco para nos esconder.carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-30986368798694319092012-05-02T09:55:00.003-03:002012-05-24T09:43:37.419-03:00Os bebês e as cólicasAcabo de ler no jornal que a Anvisa cancelou o registro da funchicória, um fitoterápico recomendado para cólicas de bebês. Quem é mãe já ouviu falar desse remédio em pó, que existe há 72 anos. O motivo do cancelamento do registro é que nunca foi comprovada cientificamente sua eficácia. Nem lembro quem foi que me recomendou funchicória para o meu filho. Perguntei ao pediatra. Ele disse que eu podia usar, mas que de fato não ia resolver o problema. É engraçado como as mães, mesmo sem nenhuma garantia de sucesso, optam pelo remedinho. Vai que resolve...<br />
Comprei o pozinho. Molhava a chupeta, enchia de pó e dava pro bebê. Na verdade, era a única maneira que ele aceitava a chupeta. As cólicas duraram os previsíveis três meses. A matéria diz que o remédio serve mais para acalmar os pais do que aliviar as cólicas. Para mim, esse motivo já demonstra a eficácia do remédio. Fico surpresa ao descobrir, no jornal, que o preparado contém um adoçante artifical, a sacarina. Acho que por isso os bebês gostam.<br />
Dizem que o período em que o ser humano mais cresce é em seu primeiro ano de vida. Pode ser que esses doze meses concentrem também o maior número de desafios para as mães. O teste do pezinho, as vacinas, o sono, nossa, é muita coisa pra lidar.<br />
Para vencer as cólicas, tentamos de tudo. Ao ouvir que chocolate provocava cólica, parava de comer chocolate. Não resolvia. E assim fui cortando vários itens da alimentação. Sem sucesso. Talvez as cólicas nos bebês existam para sinalizar às mães que elas não resolvem nem controlam a vida dos filhos...carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-90770750556065044242012-04-27T16:59:00.001-03:002012-04-27T16:59:13.876-03:00Hora do almoçoCom o horário apertado para almoçar, assim que viro na rua de casa, já vejo que tem um carro atrapalhando a entrada da garagem do prédio onde moro. Como moro no centro, isso é bastante comum. Geralmente, a seta ligada e uma buzinadinha resolvem o problema. Hoje, havia um fusquinha. Um senhor, em pé do lado de fora do carro, disse que era para eu esperar um pouco. Fiz uma cara de “Fazer o quê, né?” e aguardei. Ele gesticulava dizendo que as pessoas iam voltar logo. Eu respondi com um gesto de que queria entrar. E perguntei por que ele não ia um pouco pra frente que eu conseguiria entrar. Ele me disse, como se estivesse jogando praga: – A senhora vai envelhecer um dia! Eu respondi: - O senhor também. Aí ele fez cara de bravo. Eu retruquei – Minha hora de almoço é apertada. O senhor não sabe que não pode parar em frente a garagem?<br />
Ele veio até minha porta, pediu desculpas e disse que não tinha um tostão pra parar na zona azul. Sorri, e disse que ele estava desculpado e que eu esperaria ali, então. Dali a pouco chegaram as pessoas que ele esperava: dois velhinhos capengando. Fiquei com pena e sorri. Os velhinhos entraram na maior vagareza. Mas a minha pressa já tinha partido. O motorista veio novamente à minha porta e pediu desculpas de novo. Eu disse que estava tudo bem, eu é que pedia desculpas por ter ficado brava. Eles saíram. Entrei na garagem sorrindo e pensando que eu queria me chamar gentileza e não brabeza.carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-47230431333976620832012-04-25T14:51:00.000-03:002012-04-25T14:53:20.094-03:00InadequaçõesEle entrou na sala falando alto. Irritantemente alto. Nossa, doeram os ouvidos. Notei, então, que o que ele queria era chamar a atenção da mocinha nova, tão bonita, tão doce, tão meiga. E tão alheia a ele. Cada palavra que saía de sua boca reverberava forte em meus ouvidos. Primeiro, analisei o conteúdo. Eram palavras sem nexo. De um assunto que não interessava a ninguém na sala. Muito menos à mocinha. Porque na verdade as palavras dele não exprimiam o que estava em seu coração. Eram significantes sem significados. Depois pensei que o tom tão elevado era pra mostrar a potência de sua voz. Voz grave. Palavras bem articuladas. Ele continuava falando e ela não lhe deu a mínima. Ele queria que ela o achasse o máximo. E ela não lhe dirigiu um mínimo olhar, nem um tímido oi. Nada. Talvez tenha sentido raiva, assim como eu, por termos nosso silêncio e concentração invadidos por aquela explosão de voz e potência e vazio. Diante da hostilidade dela, minha raiva transformou-se em compaixão. Acho que uma compaixão por mim mesma. Por todas as vezes em que elevei o tom para me mostrar o máximo, e eu era o mínimo. E lembrei da triste história do moço que levou um bombom para a menina mais linda da sala, que ele achava o máximo, e ela não lhe deu a mínima. Nem se lembrou de levar o bombom embora.carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-42618478123995330252012-03-24T19:50:00.002-03:002012-03-24T19:53:24.836-03:00Óculos escuros<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif][if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif][if !mso]><object classid="clsid:38481807-CA0E-42D2-BF39-B33AF135CC4D" id="ieooui"></object> <style> st1\:*{behavior:url(#ieooui) } </style> <![endif][if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal">Desde que descobrira que o marido tinha um caso com uma aluna de 16 anos entrara em desespero. Primeiro pensou que era um pesadelo. Como assim? Ele saindo com uma garota de 16? Os dois estavam casados havia 18, mesma idade da filha mais velha. Ela havia se casado grávida. Os dois construíram muita coisa juntos. Tinham vencido na vida. Uma vida modesta, mas honesta. Tinham mais dois filhos, uma de 12 e um de 10. E agora essa? Depois de chorar baldes e baldes, viu que precisava fazer alguma coisa. Já tinha posto ele pra fora, mas precisava fazer alguma coisa a mais. Não sabia bem o quê. Dias e dias pensando em vingança. Aquilo não ia ficar assim. Uma manhã, olhou-se no espelho e viu as olheiras escuras. A única expressão no rosto era de dor. Dor e, lá no fundo, ódio. Queria se livrar daquele pesadelo. Pensou então em comprar uma arma. Sim, iria acabar com a vida dele. Com a menina não faria nada. Era quase uma criança. Ele, sim, podia ter evitado a situação. E agora merecia morrer. Bateu a porta da rua e pisou firme na calçada. Sabia onde encontrar uma arma. Um conhecido trazia muamba do Paraguai, inclusive armas. Ela diria que era pra se sentir mais segura. Afinal, depois que o marido fora posto pra fora, quase não dormia de medo de ladrão. Caminhava pela rua quando se sentiu atraída por uma vitrine. Era uma ótica, com vários óculos em exposição. Resolveu entrar. Passou um bom tempo experimentando diferentes modelos. Encontrou um par tão bonito. Combinava com o rosto dela e com a cor dos cabelos. Quando se viu no espelho, as olheiras haviam sumido atrás das lentes escuras. O preço era o mesmo que o de uma arma. Pagou à vista. Colocou no rosto e voltou para casa se sentindo bonita. <span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-spacerun:yes"> </span></p>carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-76820009293400065872012-03-01T11:25:00.000-03:002012-03-01T11:26:35.882-03:00DestroçosO desafio era criar um objeto novo. Não que o objeto não existisse; afinal, não sou assim tão inventiva. Era recriar o já criado. Primeiro, criei na minha cabeça. Surgiram formas e cores, mas ainda incompletas. Precisava pensar o todo. Como diria o Jack, comecei por partes. No meio das partes, surgiu o quase todo. Conforme avançava, o desenho se definia. Trabalhei duro. Já pronto, faltava o acabamento. Juntei duas experiências diferentes com a minha inexperiência. Minha inexperiência e o desconhecimento de físicas e químicas falaram mais alto. O resultado foi desastroso. Foi a destruição do que havia criado. Soterrei minha arte. Agora, teria que virar escultora. Vieram lágrimas e desespero. Só me restou esfolar os dedos e me dobrar diante do novo desafio. Não sei se virei escultora ou arqueóloga. Não tenho cinzel, mas tenho que descobrir o quebra-cabeças que eu mesma montei. Cada movimento pra fora gera um movimento pra dentro. Fora, já sei o desenho que vou encontrar. Dentro, é um caminho sem fim.carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-51485975390892065642012-01-16T10:52:00.002-02:002012-05-24T09:43:58.527-03:00Borboletas Negras<a href="http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ-M8BnrSYQeKLdC7SPngbb_NtHVOAdQmW90Crv8umnkMAdaKsz"><img alt="" border="0" src="http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ-M8BnrSYQeKLdC7SPngbb_NtHVOAdQmW90Crv8umnkMAdaKsz" style="cursor: pointer; float: left; height: 136px; margin: 0pt 10px 10px 0pt; width: 201px;" /></a>O filme “Borboletas Negras”, em cartaz no Cine Com-Tour, conta a vida da poeta sul-africana Ingrid Jonker, interpretada pela atriz Carice van Houten – eu não conhecia e é maravilhosa! Eu também não conhecia esta poeta.<br />
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Branca, linda (pelo menos no filme) e com uma sensibilidade à flor da pele, ela é filha de um poderoso defensor do Apartheid. A relação entre os dois é péssima – ela sofre muito diante de cada situação de racismo que presencia, e ele – não por acaso – usa um bigodinho bem hitleriano... O conflito entre eles não é apenas ideológico. Ela e a irmã foram abandonadas pelo pai na infância. Foram resgatadas por ele com a morte da avó materna com quem viviam. Mas a rejeição com que ele a trata é gritante.<br />
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Ingrid vive uma relação intensa com o escritor Jack Cope (interpretado por Liam Cunningham). Ele é super cuidadoso com ela, mas não dá conta do furacão que a move.<br />
Ingrid escreve e escreve muito. Mas com sangue. Suas palavras são para expressar toda sua dor. Com a escrita ela tenta dar conta da vida. Infelizmente, o descuido do pai com ela é determinante para o seu final trágico. Vale a pena conferir o filme!carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-5484096754067141532011-12-29T16:12:00.004-02:002011-12-29T16:23:20.633-02:00A pomba no telhadoOlhei para o alto do telhado e vi uma pomba branca. Ficou ali um bom tempo, imóvel. Pensei que ela devia estar chocando algum ovo. Imaginei que era um bom local para botar ovos. Nem me lembrei de que a pomba branca é o símbolo da Paz. Com pensamentos bélicos, detestei a ideia do nascimento de muitas pombas que logo iriam sujar nossas cabeças. A pomba-mãe fora esperta. Naquela altura, estava protegida do Sol e das mãos humanas que quisessem interromper o ciclo de produção pombal. Suspirei, impotente. Esqueci o assunto. Quando me lembrava, tornava a erguer os olhos e lá estava ela, imóvel. Me conformei. Resolvi compartilhar minha preocupação. Mostrei para os que estavam perto. Eles riram e me disseram que aquilo ali não era uma pomba. Pus os óculos para conferir. Ri da minha miopia. Realmente não era uma pomba. Era um detalhe do telhado, que volta a ser pomba toda vez que tiro os óculos.carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-2544013758441519782011-12-01T16:54:00.001-02:002011-12-01T23:09:47.668-02:00No supermercado<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZuRyLpx1sVkZSnem8XjEHWHWwtVdVAQkxtf1GvoZblzIpsQaCzke-hVe3Z7MfCgE5arBLEQr105ZyRzOldf9sOEp5GAhYJn6EEC5njljctlpIvw0jQxvAV8eFYmJO9091YO7Z/s400/supermercado1.png"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 170px; height: 152px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZuRyLpx1sVkZSnem8XjEHWHWwtVdVAQkxtf1GvoZblzIpsQaCzke-hVe3Z7MfCgE5arBLEQr105ZyRzOldf9sOEp5GAhYJn6EEC5njljctlpIvw0jQxvAV8eFYmJO9091YO7Z/s400/supermercado1.png" alt="" border="0" /></a>Devo confessar que de vez em quando acabo comprando aqueles produtos que as moças fazem demonstração nos supermercados porque fico com uma certa pena delas. Depende do meu grau de sensibilidade. Uma amiga me diz que não tem nada a ver, que elas recebem o salário delas independentemente de haver ou não aumento de venda do produto.<br /><br />Sábado desses estava com o maior calor e a maior sede quando uma moça – elas sempre são gentis – me ofereceu um refrigerante sabor cola bem geladinho. Foi o encontro da sede com a vontade de beber. Como evito ter refrigerantes em casa, acabei comprando apenas uma caçulinha... Foi minha sorte porque alguns dias depois quando fui beber... uh! muito ruim. Só perde para o refrigerante Laranjinha que comprei no passado....<br /><br />E aí lembrei uma vez que estava no supermercado com o Nícolas – não lembro quantos anos ele tinha, mas ele era pequeno – e no caixa pedi pra ele ir ao açougue devolver uma carne que eu não ia mais levar. Ele foi, voltou e disse: - Eu devolvi mas fiquei com dó do moço que trabalha lá...carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-91238880495846607812011-11-06T09:38:00.000-02:002011-11-06T09:39:08.837-02:00Em defesa do SUSAproveito a deixa da campanha de mau gosto em torno do tratamento do ex-presidente Lula para fazer uma defesa do Sistema Único de Saúde do Brasil. Já fui achincalhada por fazer isso num churrasco entre amigos há alguns meses. Acredito que o SUS presta um excelente serviço de saúde pública. 25% da população brasileira tem plano de saúde, do que se deduz que cerca de 70% usam o serviço público de saúde (imagino que o percentual de quem paga suas consultas particulares deva ser mínimo). Ou seja, o Estado brasileiro atende 70% de sua população gratuitamente. E presta um bom serviço. Há reclamações de mau atendimento, de longa espera para atendimento de especialidades e de várias situações críticas que são reais. A saúde pública pode melhorar – e muito. Mas a qualidade da rede particular – que atende ¼ da população – não é quatro vezes melhor. Eu já fui atendida por médicos no SUS e na rede particular. A consulta no SUS pode ser mais rápida porque a fila de espera é maior, mas eu já fui atendida em poucos minutos numa consulta particular. Em algumas especialidades na rede particular o tempo de espera por uma consulta também pode ser de meses. Duvido que um profissional atenda “pior” um paciente do SUS do que na sua clínica particular. E duvido também que um médico do SUS, diante de um paciente que requer maior tempo de exame, irá apressar o atendimento. Os médicos que são atenciosos e competentes estão tanto no SUS como na rede particular. Assim como os incompetentes. O Programa de Saúde da Família é excelente. Já ouvi vários relatos positivos de idosos atendidos por esse Programa. A mídia aponta erros – e deve continuar fazendo – mas existem muito mais acertos do que erros. Hospitais públicos são referência de excelência em todo o Brasil. Erros médicos existem tanto na esfera pública como na particular. É claro que temos que continuar exigindo a melhoria desses serviços, o aumento de atendimento de especialistas e a correta aplicação dos recursos para a saúde, mas tenho certeza de que se houvesse uma migração dos pacientes do SUS para a rede particular aí sim haveria um colapso na saúde no Brasil.carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-5300711096861513622011-10-10T15:10:00.001-03:002011-10-10T15:12:44.974-03:00As minasEu estava escrevendo sobre as minas, que são nascentes e falando sobre a preservação das minas. Mas minha cabeça ficava confusa porque me lembrava das minas terrestres, heranças de guerras civis em muitos países africanos e que deixam milhares de pessoas mutiladas. Então, pensava que essas minas devem ser eliminadas e não preservadas. Em seguida, me vinha a imagem dos chilenos soterrados numa mina de cobre. Eles ficaram presos mais de dois meses. Todos foram resgatados com vida. E ri ao lembrar de um amigo que contou que uma tia de Minas Gerais, quando viu o noticiário sobre o soterramento de mineiros no Chile, perguntou: – Mas o que esses mineiros foram fazer no Chile? E parei de pensar nas minas quando lembrei dos mano. Dos mano? É, dos mano, é que os mano adora as mina.carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-32859472.post-3505378570912469002011-09-12T14:40:00.001-03:002011-09-12T14:42:15.644-03:00As mãesAs mães são caricatas. Tudo nelas é exagero.<br />Longe de meus olhos, quem cuida do meu filho?<br />As mães amam em exagero e se preocupam em exagero.<br />Como não ser exagerada diante das tragédias do mundo?<br />As mães queriam logo ser Deus para controlar tudo e manter seus filhos sempre longe do perigo. Longe das chuvas, trovoadas, diarreias, vírus e de toda maldade do mundo.<br />Longe também do ventinho frio que pode trazer um resfriado. Filhos, andem sempre agasalhados para tranquilizar suas mães!<br />Mães queriam ser polvos para ter mil tentáculos sobre seus filhos.<br />Mesmo as mães incrédulas rezam todos os dias rogando proteção aos seus meninos quando estão longe.<br />Mães queriam ser Argos, figura mitológica com muitos olhos, para não descansar nem mesmo quando os filhos dormem.<br />Mães... ainda bem que as mães não são como gostariam, se não quem protegeria os filhos de suas próprias mães?carina paccolahttp://www.blogger.com/profile/10245567530109281858noreply@blogger.com5