sexta-feira, novembro 9
Leitura dinâmica
quarta-feira, agosto 29
Sortes e azares!
Lembro de uma Copa do Mundo em que o Brasil estava decidindo um jogo nos pênaltis e eu estava na redação da Folha de Londrina. Na hora de os nossos jogadores baterem o pênalti, algumas pessoas evangélicas começavam: “Oh, Senhor, ajudai esse jogador. Amém, Senhor. Aleluia, Senhor!” Isso me irritava e eu provocava: E se houver, neste momento, várias pessoas rezando o contrário: “Oh, Senhor, abençoa o goleiro e faz com que ele defenda essa pênalti”. Quem é que Deus vai atender?
Quando eu trabalhava em Santo Antônio da Platina, na sucursal da TV Cidade, eu não gostava nada nadinha de cobrir futebol. Uma vez, deve ter sido em 1989, a abertura do Campeonato Paranaense ia ser em Santo Antônio com um jogo entre o Platinense e algum time da capital. Eu não tinha escolha. Tinha que estar lá no estádio, à noite, e trabalhar. Eu estava meio inconformada com isso e, desde cedo, ficava pensando: O que poderia acontecer para que o tal jogo não acontecesse? Durante o dia, em vários momentos, eu pensava: Ah, o que poderia acontecer, hein?
Então, estádio cheio e iluminado, teve início a partida. E eu lá, contrariada. Lá pelas tantas, bum, houve uma queda de energia elétrica no estádio e o jogo foi paralisado. Eu, internamente, sorri. Alguns minutos depois, a luz voltou e recomeçou o jogo. Mas durou pouco. Novamente a luz caiu e foram mais de 30 minutos no escuro até os organizadores decidirem cancelar a partida, para minha felicidade.
Lembrei dessas histórias porque já começo a me sentir culpada pelo veranico que está fazendo neste Inverno. Eu adoro o calor e detesto o frio. Então, fico extremamente feliz com este Inverno que marca temperaturas entre os 20 e 30 graus. Fico toda feliz. E eu não me importo com o tempo seco. É o clima de Brasília, que sempre me agradou. Tô começando a achar que meu filho tem razão (rs!)...
quinta-feira, junho 28
Sobre o Pacifico
o menino dorme ao meu lado
o navio desliza
pela janela vejo as águas geladas
em movimentos suaves
o Sol vem ao meu encontro
ilumina meu rosto
e faz brilhar as águas pacificas
as ilhas se aproximam
e depois seguem, cada vez menores
O mosquito está do lado errado
desprotegido
Eu protejo o meu coração
quando vejo o menino ao lado
O Sol só vem confirmar
que está tudo em paz
domingo, junho 17
A nobreza dos jumentos
quarta-feira, junho 13
Escuridão
quinta-feira, maio 24
Amor canino
quarta-feira, maio 16
O buraco
quarta-feira, maio 2
Os bebês e as cólicas
Comprei o pozinho. Molhava a chupeta, enchia de pó e dava pro bebê. Na verdade, era a única maneira que ele aceitava a chupeta. As cólicas duraram os previsíveis três meses. A matéria diz que o remédio serve mais para acalmar os pais do que aliviar as cólicas. Para mim, esse motivo já demonstra a eficácia do remédio. Fico surpresa ao descobrir, no jornal, que o preparado contém um adoçante artifical, a sacarina. Acho que por isso os bebês gostam.
Dizem que o período em que o ser humano mais cresce é em seu primeiro ano de vida. Pode ser que esses doze meses concentrem também o maior número de desafios para as mães. O teste do pezinho, as vacinas, o sono, nossa, é muita coisa pra lidar.
Para vencer as cólicas, tentamos de tudo. Ao ouvir que chocolate provocava cólica, parava de comer chocolate. Não resolvia. E assim fui cortando vários itens da alimentação. Sem sucesso. Talvez as cólicas nos bebês existam para sinalizar às mães que elas não resolvem nem controlam a vida dos filhos...
sexta-feira, abril 27
Hora do almoço
Ele veio até minha porta, pediu desculpas e disse que não tinha um tostão pra parar na zona azul. Sorri, e disse que ele estava desculpado e que eu esperaria ali, então. Dali a pouco chegaram as pessoas que ele esperava: dois velhinhos capengando. Fiquei com pena e sorri. Os velhinhos entraram na maior vagareza. Mas a minha pressa já tinha partido. O motorista veio novamente à minha porta e pediu desculpas de novo. Eu disse que estava tudo bem, eu é que pedia desculpas por ter ficado brava. Eles saíram. Entrei na garagem sorrindo e pensando que eu queria me chamar gentileza e não brabeza.
quarta-feira, abril 25
Inadequações
sábado, março 24
Óculos escuros
Desde que descobrira que o marido tinha um caso com uma aluna de 16 anos entrara em desespero. Primeiro pensou que era um pesadelo. Como assim? Ele saindo com uma garota de 16? Os dois estavam casados havia 18, mesma idade da filha mais velha. Ela havia se casado grávida. Os dois construíram muita coisa juntos. Tinham vencido na vida. Uma vida modesta, mas honesta. Tinham mais dois filhos, uma de 12 e um de 10. E agora essa? Depois de chorar baldes e baldes, viu que precisava fazer alguma coisa. Já tinha posto ele pra fora, mas precisava fazer alguma coisa a mais. Não sabia bem o quê. Dias e dias pensando em vingança. Aquilo não ia ficar assim. Uma manhã, olhou-se no espelho e viu as olheiras escuras. A única expressão no rosto era de dor. Dor e, lá no fundo, ódio. Queria se livrar daquele pesadelo. Pensou então em comprar uma arma. Sim, iria acabar com a vida dele. Com a menina não faria nada. Era quase uma criança. Ele, sim, podia ter evitado a situação. E agora merecia morrer. Bateu a porta da rua e pisou firme na calçada. Sabia onde encontrar uma arma. Um conhecido trazia muamba do Paraguai, inclusive armas. Ela diria que era pra se sentir mais segura. Afinal, depois que o marido fora posto pra fora, quase não dormia de medo de ladrão. Caminhava pela rua quando se sentiu atraída por uma vitrine. Era uma ótica, com vários óculos em exposição. Resolveu entrar. Passou um bom tempo experimentando diferentes modelos. Encontrou um par tão bonito. Combinava com o rosto dela e com a cor dos cabelos. Quando se viu no espelho, as olheiras haviam sumido atrás das lentes escuras. O preço era o mesmo que o de uma arma. Pagou à vista. Colocou no rosto e voltou para casa se sentindo bonita.
quinta-feira, março 1
Destroços
segunda-feira, janeiro 16
Borboletas Negras
Branca, linda (pelo menos no filme) e com uma sensibilidade à flor da pele, ela é filha de um poderoso defensor do Apartheid. A relação entre os dois é péssima – ela sofre muito diante de cada situação de racismo que presencia, e ele – não por acaso – usa um bigodinho bem hitleriano... O conflito entre eles não é apenas ideológico. Ela e a irmã foram abandonadas pelo pai na infância. Foram resgatadas por ele com a morte da avó materna com quem viviam. Mas a rejeição com que ele a trata é gritante.
Ingrid vive uma relação intensa com o escritor Jack Cope (interpretado por Liam Cunningham). Ele é super cuidadoso com ela, mas não dá conta do furacão que a move.
Ingrid escreve e escreve muito. Mas com sangue. Suas palavras são para expressar toda sua dor. Com a escrita ela tenta dar conta da vida. Infelizmente, o descuido do pai com ela é determinante para o seu final trágico. Vale a pena conferir o filme!