segunda-feira, março 13

Vida marvada

Não sei. A gente chega numa idade em que ouvir música pode nos remeter a 20, 30 anos atrás e vem à memória lembranças tão fortes de como você vivia, o que pensava, seus sonhos, que até dói na alma. Ontem vi aquele vídeo em que um cara responde as perguntas feitas por ele mesmo quando tinha 18 anos. Filho de cineasta, ele e o pai filmaram perguntas para serem respondidas quando estivesse mais velho. E ele topou o desafio aos 56 anos – 38 anos mais tarde. O vídeo tem apenas alguns trechos, em inglês (o que dificulta bastante a minha compreensão), mas dá pra sentir que a parada não vai ser fácil. Tem momentos em que ele chega a se irritar com a ingenuidade das perguntas e com o que pensava aos 18. A gente não sabe nada da vida. Não sabe o que vai vir pela frente. A gente se firma em alguns princípios e valores e vai em busca de sobrevivência e de fazer alguma diferença no mundo. Mas, como diz Lulu Santos, a vida vem em ondas. E muitas vezes você calcula mal, leva um caldo, se rala na areia, tenta segurar o biquíni e ainda manter a pose.  E segurar o choro. Às vezes é só você e você – e o marzão, claro, sempre a te derrubar! Mesmo assim, segue em frente. Já me peguei pensando – quando vejo gente estropiada – que se fosse eu iria preferir a morte. Mas não. A gente sempre prefere a vida. Seja lá como for. Seja com qual música estiver tocando, a gente segue tentando.