Não sei. A gente chega numa idade em que ouvir música pode
nos remeter a 20, 30 anos atrás e vem à memória lembranças tão fortes de como
você vivia, o que pensava, seus sonhos, que até dói na alma. Ontem vi aquele
vídeo em que um cara responde as perguntas feitas por ele mesmo quando tinha 18
anos. Filho de cineasta, ele e o pai filmaram perguntas para serem respondidas
quando estivesse mais velho. E ele topou o desafio aos 56 anos – 38 anos mais
tarde. O vídeo tem apenas alguns trechos, em inglês (o que dificulta bastante a
minha compreensão), mas dá pra sentir que a parada não vai ser fácil. Tem
momentos em que ele chega a se irritar com a ingenuidade das perguntas e com o
que pensava aos 18. A gente não sabe nada da vida. Não sabe o que vai vir pela
frente. A gente se firma em alguns princípios e valores e vai em busca de
sobrevivência e de fazer alguma diferença no mundo. Mas, como diz Lulu Santos,
a vida vem em ondas. E muitas vezes você calcula mal, leva um caldo, se rala na
areia, tenta segurar o biquíni e ainda manter a pose. E segurar o choro. Às vezes é só você e você –
e o marzão, claro, sempre a te derrubar! Mesmo assim, segue em frente. Já me
peguei pensando – quando vejo gente estropiada – que se fosse eu iria preferir
a morte. Mas não. A gente sempre prefere a vida. Seja lá como for. Seja com
qual música estiver tocando, a gente segue tentando.
segunda-feira, março 13
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