
Hoje eu fiquei com pena da Renata Sorrah. Além de ter o filho seqüestrado e um marido banana, teve que agüentar as palavras de consolo da Regina Duarte e daquela chata da personagem da Deborah Evelyn. Credo! Ninguém merece essa vizinhança.
Eu bem que me esforcei pra sair hoje. Afastei todos os pensamentos que tentavam me convencer a ficar em casa, caprichei no visual, passei perfume, mas quando eu cheguei à garagem notei que estava chovendo... Peguei o elevador de volta, sem o menor constrangimento. Insistir em sair seria ir contra a natureza. Eba! Adoro ficar em casa quando está chovendo...
Piraju é uma linda cidade. Perfeita pra descansar. Em três dias, três livros: Os Jornalistas (Balzac), chato de ler; O Segredo de Joe Gould (de um jornalista americano, que conta a história de um mendigo de Nova York - muito bem escrito); e Canto dos Malditos (que deu origem ao filme Bicho de 7 Cabeças).
Quando assisti ao filme, eu tinha a sensação de estar levando um soco no estômago. O livro parece que foi escrito numa sentada só, como se o autor estivesse contando oralmente o inferno que viveu nos manicômios. Tudo bem que cada um carrega suas dores na vida, mas algumas pessoas passam por situações de sofrimento tão grande que fogem à nossa compreensão.
Em Piraju, nadei dois dias seguidos no rio Paranapanema. Gelado de arrepiar. É o rio da minha infância. Lindo ele. Quando eu estava na quinta série, houve uma tentativa de uma fábrica de celulose, a Braskraft, se instalar na cidade. Lembro que na escola tomamos conhecimento de que aquela fábrica iria poluir o rio. Houve uma grande mobilização na cidade para impedir a vinda da fábrica. Fizemos cartazes. Só sei que a Braskraft teve que procurar outro lugar. Será que foi nesse episódio que aprendi a me rebelar?
Amanhã volto pra Piraju e pro Paranapanema. Londrina, só em 2007.