sexta-feira, abril 29

Infância

Quando eu era criança, não existia muito o nome Carina. Era meio diferente. Um menino que estudava comigo falou pra mãe dele que na sala havia uma menina com um nome estranho, que parecia margarina.

Depois eu me apaixonei por este menino. Quando estava com nove anos, no terceiro ano, eu estava em pé na sala e ele disse: "Senta aí, ô transparente!" Bem, mexeu com minha brabeza. Eu respondi: "Me espera na saída" (chamando pra briga).

Quando bateu o sinal, eu estava rezando para ele ter esquecido o assunto, mas ele não esqueceu. Estava me esperando do lado de fora do portão da escola. Apanhei bastante. Acho que eu só tentei agarrar os cabelos dele, sem sucesso. Fiquei com muita vergonha. Decidi que nunca mais ia chamar ninguém pra briga porque eu sempre fui fraquinha. E acho que ali acabou a paixão que eu sentia por ele.

Há pouco tempo, estávamos lá em Piraju, meus irmãos, amigos de infância, e eu contei o episódio que, é claro, nunca esqueci. Quando ficaram sabendo que aquele menino tinha me batido, ficaram indignados. E um disse: "Bem, com certeza, foi a única vez que ele conseguiu bater em alguém." Ao ouvir isso me senti defendida e pensei, feliz: - A justiça tarda, mas não falha!

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