Qual a diferença entre o homem e a mulher? Esta é a pergunta-guia do documentário "Nem gravata. Nem honra", de Marcelo Masagão. Os personagens são moradores da pequena cidade de Cunha, na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro, que vão desfiando suas opiniões sobre o tema.
Masagão obtém depoimentos muito interessantes. Eu ri muito quando uma espevitada garota compara os homens a um cão pit-bull e fala da dificuldade dos homens de manifestarem suas emoções.
É curioso que o documentário apresente duas cabeleireiras com pensamentos tão distintos. Uma defende que as mulheres têm que ser dissimuladas - que é uma característica feminina, segundo ela - e deixar que os homens acreditem que são poderosos. E a outra refere-se provavelmente a uma relação do passado em que ela percebia que o homem se sentia melhor quando ela se apresentava frágil. "Mas eu não sou fraca. Eu sou forte. E não podia disfarçar isso" - ela diz algo assim.
O delegado da cidade diz que 100% dos crimes que acontecem em Cunha são cometidos por homens. E um preso reflete: "A honra atrai três tipos de coisa: hospital, cadeia e cemitério". O que nos faz pensar na rigidez masculina (epa!) em não recuar em suas posições em nome da honra, mesmo que isso lhe custe talvez a saúde, a liberdade ou a vida!
E eu fico pensando como homens devem sofrer para manter às vezes posições ou falas ditas num impulso e que depois, com a cabeça mais fresca, poderiam ser revistas. No entanto, em nome da honra isso não é possível.
Será que as mulheres são mais livres nesse sentido? Havia uma rigidez maior no papel esperado das mulheres no passado e isso está mudando. Na época em que à mulher só era permitido ser mãe e dona-de-casa quantas enlouqueceram ou então morreram de depressão por ter que desempenhar um papel que não desejavam. Me faz lembrar do filme "As Horas".
E este último filme do Woody Allen ("Vicky Cristina barcelona") também mostra os conflitos que povoam nossas mentes femininas diante de tantas escolhas possíveis. Parece que vivemos num eterno conflito. Num momento queremos ser livres, leves e soltas, sem que ninguém nos diga o que fazer. Em outro, queremos um homem do nosso lado para nos acompanhar em tudo. Enquanto trabalhos o dia todo, estamos também com a cabeça nas crianças que ficaram na escola e no cardápio do almoço.
Os homens (adoráveis!) conseguem compartimentar melhor as coisas. Ou melhor, eles só conseguem pensar numa coisa de cada vez. E, nós, realmente somos incompreensíveis e fascinantes.
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4 comentários:
Eu já fui pra Cunha. Lá tem uma parte do Parque Estadual da Serra do Mar. É bem frio. BEM FRIO.
Beijos
é mesmo? eu nuna havia ouvido falar. E vc nem me avisou que ia, hein?
bjs
Oi Carina! Fiquei muito curiosa para ver esse documentário de Cunha! Será que está no YouTube?
Obrigada por visitar meu diário! Tem bastante coisa por lá! Algumas engraçadas, outras nem tanto... Rs!
Bjs!
Selma, o documentário tem um pouco mais de uma hora de duração e eu aluguei numa locadora. Acho que vc só vai encontrar no brasil... Vou acompanhar seu diário. bjs
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