quarta-feira, maio 16

O buraco

Um carro bateu num buraco e capotou. Estava escrito no jornal. Aí fiquei pensando: como assim que o carro bate num buraco? Fui até conferir a definição de buraco: furo, orifício, pequena abertura, cavidade, cova, lacuna, falta. Como é possível bater em algo que falta? O carro deve ter caído no buraco. Ah, a não ser que o cara estivesse dirigindo enquanto jogava cartas, comprou o coringa que faltava, bateu no jogo (no buraco) e enquanto comemorava distraiu-se e capotou o carro. O repórter com certeza confundiu os buracos. Outro dia, num jogo de buraco, minha irmã, que é enfermeira, também se confundiu, comprou um coringa e soltou: – Hum! Seringa! Nós rimos. E agora ela não acredita que cometeu este ato falho. Eu e meus irmãos, que somos jogadores de buraco quase profissionais, já adotamos a seringa como sinônimo de coringa. Fora o jogo, o buraco não é sinônimo de coisa boa. Serve para cairmos dentro ou para lembrarmos daquilo ou de quem falta. Mas, tem dias, dependendo de como nos sentimos, em que tudo o que queríamos era encontrar um buraco para nos esconder.

4 comentários:

Paulo Briguet disse...

Mais uma vez, ótimo. Obrigado por escrever tão bem, Carina.

carina paccola disse...

Obrigada, Paulo. Você escreve tão bem (apesar de divergirmos em muitos conteúdos). abraços

Aurelio Albano disse...

Carina, essa história do buraco confirma minha tese de que você é muito engraçada. Boa...

carina paccola disse...

Aurélio, eu tb acho que eu sou engraçado (contrariando o que o Nìcolas pensa) e eu já disse que ouvir de vc que eu sou engraçada é muito bom, pelo fato de que vc tb é muito engraçado (mais do que eu, com certeza). Ou seja, vc não é qualquer um, é um especialista em graça (rsrsrs).