segunda-feira, outubro 4

As mãos

Depois que desliguei o telefone percebi que, para ele, tanto fazia me ver ou não me ver, me ter ou não me ter, me agradar ou me desagradar. E fiquei com vergonha. Se tivesse alguém por perto, veria minhas faces vermelhas.

Então decidi ligar mais uma vez para desmarcar o encontro recém-marcado. Afinal, era preciso ter um pouco de dignidade. Me senti aliviada. E resolvi soltar minhas mãos das mãos dele. Pensei que se elas ainda estavam juntas era porque eu estava segurando as dele. E no dia seguinte eu senti que as minhas mãos estavam mais geladas do que sempre.

3 comentários:

célia musilli disse...

Que coisa, isso dá a dimensão das relações que ..seguramos. Bjs, suadades

Aguinaldo Pavão disse...

Mãos livres, mas geladas, "mais geladas do que sempre". Carina, escreveste algo deveras belo.

carina paccola disse...

Obrigada, Aguinaldo.


Oi, Célia. Tb estou com saudades. Apareça!