segunda-feira, fevereiro 1

A casa queimada

Era sábado, mas ela havia trabalhado o dia todo. Combinaram de se encontrar no final da tarde. Era outono. Com cara de outono. Foram caminhando até o bar. O mesmo onde se conheceram.

No caminho, uma casa queimada. Em pé, mas toda queimada. Ele estava sereno e seguro. Havia pensado o dia todo.

No bar, a comunicação: estava tudo terminado. Assim, sereno e seguro. Ela, com vontade de chorar. Achou mesmo que nos últimos dias ele andava muito sereno e seguro. E distante. Ela não ia chorar ali, na frente dele. Não combinava com ela. Chamou um táxi.

No caminho, já não conseguia mais segurar as lágrimas. Em casa, ainda era cedo. Mesmo assim resolveu ir pra cama. Tinha que trabalhar cedo no dia seguinte, um domingo. Então era melhor dormir.

2 comentários:

Aguinaldo Pavão disse...

Oi Carina.
Ela conseguiu dormir? Ao que parece sim. Ela até conseguiu pensar no dia de amanhã: trabalho. Feliz dela.
Beijo.

carina paccola disse...

Claro que não conseguiu. Deve ter ido trabalhar exausta e com o rosto marcado de tanto chorar.
Beijo