quinta-feira, março 1

Destroços

O desafio era criar um objeto novo. Não que o objeto não existisse; afinal, não sou assim tão inventiva. Era recriar o já criado. Primeiro, criei na minha cabeça. Surgiram formas e cores, mas ainda incompletas. Precisava pensar o todo. Como diria o Jack, comecei por partes. No meio das partes, surgiu o quase todo. Conforme avançava, o desenho se definia. Trabalhei duro. Já pronto, faltava o acabamento. Juntei duas experiências diferentes com a minha inexperiência. Minha inexperiência e o desconhecimento de físicas e químicas falaram mais alto. O resultado foi desastroso. Foi a destruição do que havia criado. Soterrei minha arte. Agora, teria que virar escultora. Vieram lágrimas e desespero. Só me restou esfolar os dedos e me dobrar diante do novo desafio. Não sei se virei escultora ou arqueóloga. Não tenho cinzel, mas tenho que descobrir o quebra-cabeças que eu mesma montei. Cada movimento pra fora gera um movimento pra dentro. Fora, já sei o desenho que vou encontrar. Dentro, é um caminho sem fim.

2 comentários:

Patricia disse...

Adorei o texto e admiro sua coragem e sua entrega nos recomeços e na criatividade que se põe à prova para essa aventura sem fim que é a vida!
Beijo, Patricia

carina paccola disse...

Obrigada, Pat. Você é sempre querida e generosa. Beijos