quinta-feira, abril 22

O gosto e o desgosto

(Ionut Dan Popescu 123RF)
O que é que nos atrai e o que é que nos repele?
Por que, com alguns, somos logo de cara simpáticos? O que vemos tão rapidamente no outro que já cria identidade? E o que é que, mal vemos, mas já sabemos que não dá liga?

Como é que nasce uma paixão? Por que é que com o tempo vai crescendo um gostar que parece não ter fim?
Como é que o pensamento pode ir tão longe para ficar tão perto de quem gostamos?
Até que ponto é um gosto gostado ou é um gosto construído?

E, depois, quando quebramos a cara, aí faz-se a história ao inverso. Pensa-se tudo ao contrário para inverter o gosto. O que é gosto deve virar desgosto. E isso dói. Porque tem que pegar tudo de bom e transformar em tudo de ruim para conseguir esquecer quem deve ser esquecido.

E em vez de olharmos só o que gostamos no outro, passamos a valorizar só o que é ruim. E aí a gente já nem entende como é que podíamos antes ter visualizado tanta coisa boa em quem parece que só tem coisa ruim.
E aí será que o desgosto é desgosto desgostado ou desgosto construído?
Uma coisa é certa: é mais gostoso gostar do que desgostar.

Nenhum comentário: