sábado, fevereiro 24

Hummmmm!!!!

Voltando ao tema culinária (nossa!), hoje eu fui a uma aula de culinária. Um bom programa para um sábado às 11 horas. Ainda mais que é perto de casa - dá pra ir a pé -, é de graça e você nem precisa levar ingredientes. É só aparecer!

Estava lotada a sala. Homens e mulheres de todas as idades. Sentei-me ao lado de dois mocinhos - 18 cada um, chutando alto. E, coincidência, o cozinheiro (será gourmet?) é um amigo meu. As receitas de hoje eram um molho de maracujá para acompanhar salada e pasta ao molho pesto. O melhor é que no final a gente pode experimentar.

O moço (o meu amigo) fica explicando tudo com um microfone. Fica um espelho acima dele pra que a gente que está sentada mais longe possa acompanhar tudo. Adorei. Parece programa de televisão. Ele já deixa tudo cortadinho, bem bonitinho.

Quando ele falou um ingrediente, um tal de "endro", pronto, já comecei a ficar nervosa. Primeiro, eu entendi "endo", depois achei que fosse "endro" mesmo, mas como eu nunca tinha ouvido falar fiquei pensando: Será que é "coentro"?

Ainda bem que ao meu lado estavam os dois mocinhos e eles tiraram minha dúvida. Bem, eu nunca devo ter comido nada com esse tempero, se não acho que eu saberia... Antes de ir embora, aproveitei que ele é meu amigo e pedi pra ver de perto o tal endro. É da culinária alemã.

Durante a aula, fiquei um pouco apreensiva com o meu amigo. Fiquei preocupada com a possibilidade de não dar certo a receita. Mas aí lembrei que não era eu que estava fazendo e se ele estava ali é porque ele sabia fazer e ia dar tudo certo. Deu tudo certo. Ficou ótimo o macarrão ao pesto. Agora preciso fazer. E temperar a salada com endro.

quarta-feira, fevereiro 21

Na quitanda

Depois do feriado, vem o supermercado, pra repor o que está faltando na despensa. Lá fui eu escolher alguns tomates pra fazer molho. Nossa, uma mulher que estava ao meu lado pegava os tomates com tanta determinação e rapidez que comecei a imaginar que ela deve cozinhar super bem. A família toda deve ter comentado o molho que ia surgir daqueles tomates. Ela dizia alguma coisa a uma terceira mulher, que também era rapidinha. Eu nem me dignava a ouvir a conversa. Afinal, eu tinha que melhorar muito a velocidade pra poder ser aceita naquele bate-papo.

Uma vez, em Curitiba, eu e a minha super-amiga-irmã Cristiana (que está fazendo aniversário hoje) fomos a um supermercado e começamos a reparar num cara que estava escolhendo tomates. Parecia que ele observava todos os detalhes de cada tomate antes de colocar na sacolinha. Nós escolhemos os nossos, fomos comprar outras coisas e, quando passamos novamente na banca dos tomates, ele ainda estava lá. Até ficamos com vontade de puxar papo pra elogiar o cuidado com que ele escolhia os frutos vermelhos.

Eu gosto de fazer comentários com donas-de-casa em supermercado. Como eu nunca fui uma dona-de-casa exemplar parece que puxando um papinho eu me sinto mais inserida nesse universo de panelas. Mas nem sempre elas dão trela, né? Uma vez, eu estava escolhendo cebolas e elas estavam horríveis. Havia um homem e uma mulher na mesma banca. E eu comentei: Nossa, essas cebolas estão feias, né? Eles me ignoraram completamente.

As donas-de-casa mais velhas são mais atenciosas. Dá até pra perguntar se o bom é levar a beringela mais dura ou mais mole. Ou então se aquela folhinha verde é rúcula ou agrião. Elas ensinam sempre com a maior boa vontade. E eu nunca aprendo.

terça-feira, fevereiro 20

Dias de folga

Leio no blog do Márcio Leijoto (http://marcio.tipos.com.br), que ele foi passar o Carnaval em Pirenópolis-GO. Em 2005, eu, o Nícolas e três casais de amigos fomos passar o Carnaval nessa cidadezinha rodeada por cachoeiras. Foi um dos melhores Carnavais que já passei. Eu nunca fui chegada na festa de Baco. Gosto mesmo é dos quatro dias de folga.

Alugamos uma casa longe do centro da cidade, que concentra o barulho dos turistas. Bem cedo, íamos pras cachoeiras antes que chegasse a moçadinha que tinha farreado a noite toda. Quando eles estavam chegando, nós já estávamos pegando o rumo de volta. Na casinha, tinha piscina e rede. Jogávamos War e conversa fora. Um autêntico Carnaval de gente da meia idade.

Em 2006, meu Carnaval já estava mais sexy. Como diria o finado Carlos Silva, mais "sexigenário", em referência aos 60 e poucos anos que ele tinha. Sozinha em Brasília, minha programação foi assistir filmes no cinema e em DVD. Carnaval mesmo, nem na tevê.

Hoje, cheguei do meu Carnaval de Piraju. Piraju já teve um animado Carnaval de rua. Década de 80. Este ano, também mantive distância das festas dos clubes. Foram dias de encontro com meus irmãos e sobrinhos. Dias de lembranças e de saudades. E sobretudo de saber que contamos uns com os outros. E que estamos juntos.

sábado, fevereiro 10

A primeira visita a um campo de futebol

Em janeiro, estive em Santo Antônio da Platina. Fui a trabalho. E me lembrei de quando morei naquela cidadezinha. Era final da década de 80. Eu era recém-formada. Eu sempre soube que meu negócio era jornal impresso, mas o salário era duas vezes maior do que eu estava recebendo e topei a parada.

A TV mantinha uma secretária, eu como repórter, um cinegrafista, um operador de câmara e um motorista. Bons tempos aqueles. Eu morava num hotelzinho no “calçadão” da cidade. Depois do trabalho, nós íamos jogar sinuca nos bares da cidade. De noite, eu jogava baralho com os hóspedes do hotel. Eram viajantes. Eu era bem relacionada.

Foi lá também a primeira vez em que pisei em um campo de futebol. Fui cobrir um jogo do campeonato paranaense. Eu avisei o cinegrafista da minha ignorância sobre o tema. Ele prometeu me ajudar.

A cada lance importante, ele me avisava e eu anotava a jogada, o número do jogador e o momento em que havia ocorrido o fato. E assim passou o tempo. Mais precisamente, assim se passaram dois tempos de 45 minutos além do intervalo.

Findo o jogo, eu teria que gravar um texto para que o material fosse enviado para Londrina. O cinegrafista perguntou: Como foi o primeiro lance? Bem, o jogador havia cobrado uma falta e a bola tinha batido na trave. Aí ele quis saber o impossível: Mas como foi a falta? Eu não tinha resposta.

O cinegrafista era um cara legal. Com paciência, resolveu pedir ajuda para um radialista. Lá veio um rapaz, também cheio de boa vontade, para colaborar com a matéria. E tascou: A bola cruzou o segundo pau e... Antes que ele terminasse, eu já não conseguia mais prestar atenção.

Eu não fazia a menor idéia do que poderia ser um pau dentro de um campo, imagine, então, dois paus? Fiquei apavorada e comecei a chorar. Literalmente. E disse pro cinegrafista: Eu não vou fazer esse texto. Você manda as imagens sem texto. Eles podem me demitir, mas este texto eu não faço.

Eles não me demitiram e eu tive que cobrir todos os jogos do campeonato paranaense que foram realizados naquele ano no Norte Velho. É claro que eu torcia bravamente para que todos os times daquela região fossem desclassificados. O Platinense caiu fora logo; depois foi a vez do Matsubara, de Cambará; mas, a despeito da minha torcida, o União de Bandeirantes foi para a final contra o Coritiba. E eu tive que cobrir todos os jogos realizados em Bandeirantes.

Como cobrir futebol, sem entender do assunto

Cobrir um campeonato de futebol não significa apenas ir aos estádios em dias de jogo. É preciso também fazer matéria sobre os treinos. E isso não é tudo.

Há ainda o coletivo-apronto: o último treino antes do jogo. Ali, um repórter fica sabendo quem provavelmente vai ser escalado para a partida e, se for esperto, qual será o esquema tático do time. Quando você pensa que acabou, você ainda pode ser pautada para entrevistar o técnico do time fora do campo.

Como é que eu, que até hoje não sei nada sobre esquema tático, poderia ser capaz de fazer apenas uma perguntinha para um técnico? A saída foi contar com um assessor.
Um radialista aposentado, muito gente fina, o Dorico, se dispôs a me ajudar quando a pauta fosse futebol.

Ele amava futebol e ia conosco a todos os treinos, coletivo-apronto, jogos e entrevistas. Me ajudava nos textos e soprava as perguntas que eu tinha que fazer. Uma vez um técnico até elogiou: Você está aprendendo, hein?

O Dorico já morreu. Eu continuo sem entender de futebol. E quando vejo uma repórter mulher cobrindo futebol na tevê eu me pergunto: Como é que ela consegue?